quarta-feira, 25 de junho de 2008

Até quando???

por Janine Bastos

Me pergunto toda hora. Até quando vamos deixar o joguinho político interromper nossas vidas deixando nossos filhos padecendo em escolas sem estruturas, hospitais lotados e nosso saneamento básico a ruína.
Hoje o jornal O DIA apresentou a matéria : “Com reforma incompleta, moradores protestam.”

“Jogando os capacetes para o alto e aos gritos de “queremos trabalhar”, os operários criticaram a paralisação das obras. “Estava há um ano desempregado. E agora quem vai pagar minhas contas?”, questionou o pedreiro João Pereira, 36 anos. A moradora Maria Aparecida Bezerra de Aguiar, 26 anos, desesperou-se. “Eu, meu marido e dois filhos estamos morando de favor, esperando o novo telhado, o piso e o emboço da residência. Como ficará nossa situação?”, indagou.
De acordo com a decisão da Justiça Eleitoral, a obra descumpria a lei: “No ano em que se realizar eleição, fica proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da administração pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei””


Bem, agora eu pergunto os políticos em ano letivo não podem trabalhar? E as vidas das pessoas devem parar por ser ano de votação.
Pessoas estão sendo prejudicadas por esse joguinho de interesses pessoais, ganância e luxuria por parte dos governantes. Creio que a palavra política nunca foi exercida nesse país só a politicagem . .

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Notícias...notícias..notíciasss

Andressa Schulze



"Há um excesso de notícias por todo lado", disse o professor de jornalismo Jacque Mick. Cada vez mais, as notícias se fazem presente na sociedade mundial.Infelizmente, muitas delas não possuem o caráter jornalístico, como o caso da ex BBB Gisele ter-se machucado em um ensaio fotográfico na França. Segundo Jacques, a quanitdade absurda de notícas veiculdas, na grande maioria das vez enchem os jornais, sites e outros meios de informação sem no entanto possuir teor jornalístico.
O problema maior, acredita o professor, é o fato de as pessoas muito em breve não conseguirem discernir jornalismo de fofoca.fato que não deve demorar muito a acontecer.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

IMPRENSA PRESENTE EM JOINVILLE DESDE 1852

Por Claudia Santos


Em novembro de 1852, começou a circular em Joinville, vinte meses após a chegada dos primeiros imigrantes, o “Der Beobachter am Mathiasstrom” (O observador às Margens do Rio Mathias). O jornal, que marcou o início da imprensa na maior cidade de Santa Catarina, era manuscrito em letras góticas, com artigos de interesse geral, dicas, críticas e piadas. O tom irônico era característica de muitos jornais da época.

O alemão era o idioma que predominava os cerca de 25 jornais. Poucos resistiram as pressões políticas. A historiadora Elly Herkenhoff, no livro “A História da Imprensa em Joinville”, descreve um perfil dos jornais que circularam na Colônia Dona Francisca até o início do século 20.
O primeiro jornalista de Joinville foi Karl Konstantin Knüppel, um imigrante que redigia de próprio punho os 50 exemplares do "Der Beobachter am Mathiasstrom", que era vendido a 120 réis cada.

O "Observador" circulou 1853 e serviu de inspiração para inúmeros outros títulos. O "Kolonie-Zeitung" ("Jornal da Colônia"), idealizado por Ottokar Doerffel, foi talvez a principal referência da história oficial da imprensa de Joinville, sendo veiculado de 1863 até 1917. Ano em que foi proibida a publicação de jornais em alemão. Um ano depois retornava escrito em português com o nome “Actualidade”.

Jornais como o "A Gazeta de Joinville", "O Globo", "O Democrata", "A União", "Balão Correio", "Neu Kolonie-Zeitung" ("Novo Jornal da Colônia", depois alterado para "Reform"), "Folha Livre", "Sul", "Volkstaat" ("Estado do Povo", "Joinvilenser Zeitung" ("Jornal Joinvilense"), "Sonn Tagsblatt" ("Folha Domingueira"), "Commércio de Joinville", "Jornal do Povo", "Jornal Evangélico", "Harmonia", "Revista do Estado", "Gazeta do Commércio", "A Comarca", "Actualidade" , "Correio do Norte", "Correio do Povo", "Jornal de Joinville", "O Município", "O Cinematógrapho", "Jaraguá-Zeitung" e o "Clarim", tiveram sua inspiração no "Observador", todos praticamente desapareceram até 1919.

Inácio Bastos e Crispim Mira marcaram a historia da imprensa em Joinville. O último, polêmico para época, morreu assassinado em Florianópolis na década de 20.

Em 1923, o jornal A Notícia foi fundado por Aurino Soares, tendo como redator Crispim Mira. Ao lado do “Jornal de Joinville”, veiculo comandado por Assis Chateaubriand, o A Notícia foi durante certo tempo o único veiculo de circulação diária na cidade.

Na década de 70, até metade dos anos 80, o semanário "Extra", circulava pela cidade. Jornal criado como veículo de motivação político-partidária para ocupar espaço na opinião pública. Encerrou suas atividades quando tentou tornar-se diário e mudar a linha editorial.

O jornal A Notícia foi o responsável em impulsionar o jornalismo no Norte Catarinense. Na década de 80 passou do processo de linotipia para o offset marcando uma nova era no jornalismo impresso. Atualmente a cidade conta com outros títulos diários como: Gazeta de Joinville e Jornal O Dia.

Embora tenha influenciado a Colônia Dona Francisca desde a década de 20, é em 1941 que o rádio chega a cidade. Neste ano foi criada pelas mãos de Wolfgang Brosig, a Rádio Difusora. Sexagenária, a emissora retomaria no final dos anos 90 o perfil traçado por seu fundador. A mais recente é a Rádio Educativa, em 1999, após muitos anos de expectativa. A Atlântida, que pertence ao grupo RBS, entrou no ar após a compra de uma emissora pertencente a uma igreja. Neste ano de 2008 a Transamérica de Joinville foi incorporada pela Jovem Pan, depois de uma negociação feita pela coordenação da Transamérica em São Paulo.

A primeira emissora de televisão só chegou a Joinville em 1979, com a TV Santa Catarina. Empreendimento local, que mais tarde foi adquirido pela RBS. A segunda geradora, ligada ao Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), só surgiu em 2000. Um ano antes, entrou no ar o primeiro canal de TV a cabo (TV Cidade).

quarta-feira, 18 de junho de 2008

A Ética é única!

por Claudia Santos


Antes de falar em “ética jornalística”, é preciso resumidamente compreender o significado da palavra Ética. Originada do grego ethos significa: modo de ser, caráter. No latim mos ou mores (no plural), significa Moral. Filosoficamente a Ética estabelece deveres na relação indivíduo-sociedade. No olhar filosófico a Ética é o que é bom para o indivíduo e para a sociedade. A Moral é o conjunto de normas, princípios e costumes que regram a conduta do indivíduo em seu grupo social. Uma linha tênue separa Ética e Moral. Enquanto a primeira é teoria, a segunda é pratica. Ética também não pode ser confundida com lei. Embora muitas leis sejam baseadas em princípios éticos.

Muitas profissões possuem um código de ética. O que significa um conjunto de normas e condutas a serem seguidas. Neste caso, passa a ter força de lei, exercendo influência relativa à conduta profissional, que se descumpridas podem gerar sanções.
“A Ética Jornalística é o conjunto de normas e procedimentos éticos que regem a atividade do jornalismo”.

Achar que a medida da ética jornalística passa apenas em informar com isenção; narrar o fato mais próximo possível da verdade; ouvir todas as fontes envolvidas; e etc; é uma visão ingênua e singela do “mundo” de que trazemos de subjetividades e do que “mundo” de imparcialidade que buscamos (ou ao menos deveríamos) na apuração, produção e publicação dos fatos.

Por outro lado achar que o jornalista deve ser “seco”, despido de opiniões é um tanto quanto irreal. É pensar ao avesso do que devemos ser verdadeiramente. A questão e separar pré-conceitos, conceitos, interesses pessoais de interesses sociais, verdade e mentira.

Afinal, a informação (produto principal do jornalista), é em tese um direito de toda a sociedade. Freqüentemente, muitos jornalistas trafegam no fogo cruzado do “interesse da empresa e do interesse da imprensa”. Enquanto a primeira preza pela qualidade na informação, a segunda visa lucro, o que deveria ser por conseqüência, não por razão. Este é o ponto onde surgem os dilemas éticos.

Entender a ética jornalística é antes de tudo entender que não existe meio-ética, assim como não existe “meia-gravidez”, diz cotidianamente meu professor e coordenador do curso de Jornalismo Dr. Samuel Lima. Portanto, a ética é única.

A linha estreita que separa o jornalismo marrom, do jornalismo comprometido com os interesses públicos, é exatamente a conduta individual de cada um de nós, o que nos “fere” como cidadãos, também deve nos ferir como estudantes ou já diplomados em jornalismo.

Se a ética é anterior ao jornalismo, não foi por este criada, significa por tanto, que a ética jornalística é a ética cidadã.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Aeroporto de Joinville perde mais um vôo

Por Janine Bastos

No dia 27 de maio a maior cidade do estado cancela mais um vôo da companhia TAM a rota da aeronave JJ3042 saia de Joinville ás 17h45min com Destino a Guarulhos. “Nossa supervisão remanejou a malha aérea e resolveu transferir o vôo de Joinville para o nordeste onde a demanda é maior”, alega Alex Klaus 27 anos, despachante de vôo, insatisfeito. Os cancelamentos das aeronaves causam instabilidades para os profissionais que temem perder seus empregos. “Joinville cada vez mais fica sem movimento as pessoas preferem embarcar por Curitiba, isso preocupa”, lamenta Cinthia Borba 22 anos agente de aeroporto da GOL.
Quem precisa utilizar o Aeroporto de Joinville se depara com a falta de opções de horários e destinos. As dificuldades parecem refletir no crescimento do transporte aéreo do município. Dados da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) mostram que número de embarques na cidade cresceu 2,55% entre os quatro primeiros meses de dois mil e oito. Os desembarques aumentaram só 1,2%. Os números estão bem abaixo do crescimento nacional, que foi de 9,6% , segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Há sete anos atrás Joinville obtinha 28 vôos com as companhias: Varig, Ocean Hair, Rio Sul e Transbrasil. Em 2004 a empresa aérea GOL Linhas Aéreas Inteligente entra na disputa de mercado e se instala na cidade. “Quando a GOL começou a operar em Joinville houve um choque, pois suas tarifas obrigaram as empresas baixarem seus preços. Chegando ao ponto de fecharem”, comenta David Zismann. 27 anos, que trabalhou na Varig e hoje é agente líder da GOL.
Com oitocentos e quarenta mil e quinhentos habitantes o município é considerado o mais populoso de Santa Catarina, segundo o IBGE. A cidade hoje conta com 2 vôos da GOL e 3 da TAM todos com destinos para São Paulo. As outras empresas aéreas encerraram suas funções pelo fraco movimento. A última companhia a se retirar da cidade foi a Varig em outubro de dois mil e sete.
O empresário Nelson Hertesen, 49 anos, ao ser questionado por solicitar passagens com saída de Curitiba ao invés de Joinville, suspira “O aeroporto de Joinville não tem estrutura. Faltam aparelhos que facilitam a visualização das aeronaves mesmo com fortes neblinas. Curitiba dispõem de várias companhias e horários”. Claudia Delmonte Moritz, 33 anos, gerente da Gol, argumenta que com mais um cancelamento de vôo a situação é preocupante, já que o povo Joinville se acostuma a viajar por Curitiba e acaba não procurando Joinville.
“Nosso aeroporto foi esquecido promessas e mais promessas nada mais do que isso. Temos uma só sala de embarque que não comporta mais que cem passageiros, sendo que uma aeronave tem capacidade de cento e quarenta e quatro á cento e oitenta e seis lugares”, disse Marcelo Guerreiro, 35 anos, fiscal da Infraero. Aline Kiswoskr, 45 anos, gerente da Olympia Tur, descreve que as agências de turismo atendem diariamente empresários e são comuns reclamações e insatisfações dos horários disponíveis da cidade.
A Gol informou que por enquanto não pretende modificar os horários e os destinos dos vôos. A empresa realiza estudos, mas as mudanças devem ser a longo prazo. A TAM argumenta que as mudanças para esse ano já foram feitas com o cancelamento de um vôo.

Novo jeito de comemorar...

O atacante Cassano, do time da Itália, não tirou só a camisa na comemoração da vitória da equipe, para a segunda fase da Euro 2008, mas sim ficou só de cueca. Após o juiz apitar o fim da partida contra a França, na ultima terça-feira, que terminou com vitória dos italianos por 2 a 0, o jogador da Sampdoria extrapolou na comemoração. Na festa com a torcida, o jogador se empolgou e tirou todo o uniforme Estádio Letziground, em Zurique. Cassano foi retirado de campo por membros da comissão técnica italiana.

Fabiane Borges

Ética dos meios


Andressa Thayse Schulze



A falta de ética no jornalismo tem prejudicado a divulgação de notícias verídicas.O sensacionalismo nos meios de comunicação é outro fator alarmante que a cada dia que passa se faz mais presente na sociedade.Casos que poderiam ser resolvidos facilmente, sem a balbúrida da mídia, acabam demorando e se prolongando mais do que o esperado por falta de conscientização dos meios.A divulgação espalhafatosa de inúmeras notícias têm diminuido o poder dos meios de comunicação perante as pessoas,uma vez que eles pouco se preocupam em infromar a todos com novas informações,divulgando insistentemente notícias já marteladas.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

APRENDENDO COM OS MESTRES


Nas sextas-feiras tenho o prazer de assistir as aulas de Comunicação Oral e Escrita, ministradas pelo professor Cazuza à turma do primeiro semestre de Publicidade e Propaganda. Diga-se de passagem, sem querer fazer “merchan” ou mesmo “puxar o saco” do professor, às aulas além de divertidas têm sido muito proveitosas. Mesmo porque sou da primeira turma de jornalismo do Bom Jesus/Ielusc e fiz aula de língua portuguesa há muito tempo.

Em uma destas sextas o professor nos pediu que escrevessemos um outro final para o Conto “O Enfermeiro” de nada menos que, Machado de Assis. Gostei tanto da experiência que resolvi dividi-la com vocês. É claro que não queiram comparar o final original do Conto, com o final que esta humilde e eterna aprendiz ensaiou. Mas se almejamos algo, em um dado momento temos que buscar.

O que segue em letra maior é o texto original do Conto. A parte por mim escrita é a que está ao fim deste, em letras menores, e deve ser inserida no contexto a partir da frase em negrito no texto original.

ORIGINAL DO CONTO: “O ENFERMEIRO”
De Machado de Assis


PARECE-LHE ENTÃO que o que se deu comigo em 1860, pode entrar numa página de livro? Vá que seja, com a condição única de que não há de divulgar nada antes da minha morte. Não esperará muito, pode ser que oito dias, se não for menos; estou desenganado.

Olha, eu podia mesmo contar-lhe a minha vida inteira, em que há outras cousas interessantes, mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel, e eu só tenho papel; o ânimo é frouxo, e o tempo assemelha-se à lamparina de madrugada. Não tarda o sol do outro dia, um sol dos diabos, impenetrável como a vida. Adeus, meu caro senhor, leia isto e queira-me bem; perdoe-me o que lhe parecer mau, e não maltrate muito a arruda, se lhe não cheira a rosas. Pediu-me um documento humano, ei-lo aqui. Não me peça também o império do Grão-Mogol, nem a fotografia dos Macabeus; peça, porém, os meus sapatos de defunto e não os dou a ninguém mais.

Já sabe que foi em 1860. No ano anterior, ali pelo mês de agosto, tendo eu quarenta e dois anos, fiz-me teólogo, — quero dizer, copiava os estudos de teologia de um padre de Niterói, antigo companheiro de colégio, que assim me dava, delicadamente, casa, cama e mesa. Naquele mês de agosto de 1859, recebeu ele uma carta de um vigário de certa vila do interior, perguntando se conhecia pessoa entendida, discreta e paciente, que quisesse ir servir de enfermeiro ao coronel Felisberto, mediante um bom ordenado. O padre falou-me, aceitei com ambas as mãos, estava já enfarado de copiar citações latinas e fórmulas eclesiásticas. Vim à Corte despedir-me de um irmão, e segui para a vila.

Chegando à vila, tive más notícias do coronel. Era homem insuportável, estúrdio, exigente, ninguém o aturava, nem os próprios amigos. Gastava mais enfermeiros que remédios. A dous deles quebrou a cara. Respondi que não tinha medo de gente sã, menos ainda de doentes; e depois de entender-me com o vigário, que me confirmou as notícias recebidas, e me recomendou mansidão e caridade, segui para a residência do coronel.

Achei-o na varanda da casa estirado numa cadeira, bufando muito. Não me recebeu mal. Começou por não dizer nada; pôs em mim dous olhos de gato que observa; depois, uma espécie de riso maligno alumiou-lhe as feições, que eram duras. Afinal, disse-me que nenhum dos enfermeiros que tivera, prestava para nada, dormiam muito, eram respondões e andavam ao faro das escravas; dous eram até gatunos!

— Você é gatuno?
— Não, senhor.

Em seguida, perguntou-me pelo nome: disse-lho e ele fez um gesto de espanto. Colombo? Não, senhor: Procópio José Gomes Valongo. Valongo? achou que não era nome de gente, e propôs chamar-me tão-somente Procópio, ao que respondi que estaria pelo que fosse de seu agrado. Conto-lhe esta particularidade, não só porque me parece pintá-lo bem, como porque a minha resposta deu de mim a melhor idéia ao coronel. Ele mesmo o declarou ao vigário, acrescentando que eu era o mais simpático dos enfermeiros que tivera. A verdade é que vivemos uma lua-de-mel de sete dias.

No oitavo dia, entrei na vida dos meus predecessores, uma vida de cão, não dormir, não pensar em mais nada, recolher injúrias, e, às vezes, rir delas, com um ar de resignação e conformidade; reparei que era um modo de lhe fazer corte. Tudo impertinências de moléstia e do temperamento. A moléstia era um rosário delas, padecia de aneurisma, de reumatismo e de três ou quatro afecções menores. Tinha perto de sessenta anos, e desde os cinco toda a gente lhe fazia a vontade. Se fosse só rabugento, vá; mas ele era também mau, deleitava-se com a dor e a humilhação dos outros. No fim de três meses estava farto de o aturar; determinei vir embora; só esperei ocasião.

Não tardou a ocasião. Um dia, como lhe não desse a tempo uma fomentação, pegou da bengala e atirou-me dous ou três golpes. Não era preciso mais; despedi-me imediatamente, e fui aprontar a mala. Ele foi ter comigo, ao quarto, pediu-me que ficasse, que não valia a pena zangar por uma rabugice de velho. Instou tanto que fiquei.

— Estou na dependura, Procópio, dizia-me ele à noite; não posso viver muito tempo. Estou aqui, estou na cova. Você há de ir ao meu enterro, Procópio; não o dispenso por nada. Há de ir, há de rezar ao pé da minha sepultura. Se não for, acrescentou rindo, eu voltarei de noite para lhe puxar as pernas. Você crê em almas de outro mundo, Procópio?

— Qual o quê!

— E por que é que não há de crer, seu burro? redargüiu vivamente, arregalando os olhos.

Eram assim as pazes; imagine a guerra. Coibiu-se das bengaladas; mas as injúrias ficaram as mesmas, se não piores. Eu, com o tempo, fui calejando, e não dava mais por nada; era burro, camelo, pedaço d’asno, idiota, moleirão, era tudo. Nem, ao menos, havia mais gente que recolhesse uma parte desses nomes. Não tinha parentes; tinha um sobrinho que morreu tísico, em fins de maio ou princípios de julho, em Minas. Os amigos iam por lá às vezes aprová-lo, aplaudi-lo, e nada mais; cinco, dez minutos de visita. Restava eu; era eu sozinho para um dicionário inteiro. Mais de uma vez resolvi sair; mas, instado pelo vigário, ia ficando.

Não só as relações foram-se tornando melindrosas, mas eu estava ansioso por tornar à Corte. Aos quarenta e dois anos não é que havia de acostumar-me à reclusão constante, ao pé de um doente bravio, no interior. Para avaliar o meu isolamento, basta saber que eu nem lia os jornais; salvo alguma notícia mais importante que levavam ao coronel, eu nada sabia do resto do mundo. Entendi, portanto, voltar para a Corte, na primeira ocasião, ainda que tivesse de brigar com o vigário. Bom é dizer (visto que faço uma confissão geral) que, nada gastando e tendo guardado integralmente os ordenados, estava ansioso por vir dissipá-los aqui.

Era provável que a ocasião aparecesse. O coronel estava pior, fez testamento, descompondo o tabelião, quase tanto como a mim. O trato era mais duro, os breves lapsos de sossego e brandura faziam-se raros. Já por esse tempo tinha eu perdido a escassa dose de piedade que me fazia esquecer os excessos do doente; trazia dentro de mim um fermento de ódio e aversão. No princípio de agosto resolvi definitivamente sair; o vigário e o médico, aceitando as razões, pediram-me que ficasse algum tempo mais. Concedi-lhes um mês; no fim de um mês viria embora, qualquer que fosse o estado do doente. O vigário tratou de procurar-me substituto.

Vai ver o que aconteceu. Na noite de vinte e quatro de agosto, o coronel teve um acesso de raiva, atropelou-me, disse-me muito nome cru, ameaçou-me de um tiro, e acabou atirando-me um prato de mingau, que achou frio, o prato foi cair na parede onde se fez em pedaços.

— Hás de pagá-lo, ladrão! bradou ele.

Resmungou ainda muito tempo. Às onze horas passou pelo sono. Enquanto ele dormia, saquei um livro do bolso, um velho romance de d’Arlincourt, traduzido, que lá achei, e pus-me a lê-lo, no mesmo quarto, a pequena distância da cama; tinha de acordá-lo à meia-noite para lhe dar o remédio. Ou fosse de cansaço, ou do livro, antes de chegar ao fim da segunda página adormeci também. Acordei aos gritos do coronel, e levantei-me estremunhado. Ele, que parecia delirar, continuou nos mesmos gritos, e acabou por lançar mão da moringa e arremessá-la contra mim. Não tive tempo de desviar-me; a moringa bateu-me na face esquerda, e tal foi a dor que não vi mais nada; atirei-me ao doente, pus-lhe as mãos ao pescoço, lutamos, e esganei-o.

Quando percebi que o doente expirava, recuei aterrado, e dei um grito; mas ninguém me ouviu. Voltei à cama, agitei-o para chamá-lo à vida, era tarde; arrebentara o aneurisma, e o coronel morreu. Passei à sala contígua, e durante duas horas não ousei voltar ao quarto. Não posso mesmo dizer tudo o que passei, durante esse tempo. Era um atordoamento, um delírio vago e estúpido. Parecia-me que as paredes tinham vultos; escutava umas vozes surdas. Os gritos da vítima, antes da luta e durante a luta, continuavam a repercutir dentro de mim, e o ar, para onde quer que me voltasse, aparecia recortado de convulsões. Não creia que esteja fazendo imagens nem estilo; digo-lhe que eu ouvia distintamente umas vozes que me bradavam: assassino! assassino!

Tudo o mais estava calado. O mesmo som do relógio, lento, igual e seco, sublinhava o silêncio e a solidão. Colava a orelha à porta do quarto na esperança de ouvir um gemido, uma palavra, uma injúria, qualquer coisa que significasse a vida, e me restituísse a paz à consciência. Estaria pronto a apanhar das mãos do coronel, dez, vinte, cem vezes. Mas nada, nada; tudo calado. Voltava a andar à toa na sala, sentava-me, punha as mãos na cabeça; arrependia-me de ter vindo. — "Maldita a hora em que aceitei semelhante coisa!" exclamava. E descompunha o padre de Niterói, o médico, o vigário, os que me arranjaram um lugar, e os que me pediram para ficar mais algum tempo. Agarrava-me à cumplicidade dos outros homens.

Como o silêncio acabasse por aterrar-me, abri uma das janelas, para escutar o som do vento, se ventasse. Não ventava. A noite ia tranqüila, as estrelas fulguravam, com a indiferença de pessoas que tiram o chapéu a um enterro que passa, e continuam a falar de outra coisa. Encostei-me ali por algum tempo, fitando a noite, deixando-me ir a uma recapitulação da vida, a ver se descansava da dor presente. Só então posso dizer que pensei claramente no castigo. Achei-me com um crime às costas e vi a punição certa. Aqui o temor complicou o remorso. Senti que os cabelos me ficavam de pé. Minutos depois, vi três ou quatro vultos de pessoas, no terreiro espiando, com um ar de emboscada; recuei, os vultos esvaíram-se no ar; era uma alucinação.

Antes do alvorecer curei a contusão da face. Só então ousei voltar ao quarto. Recuei duas vezes, mas era preciso e entrei; ainda assim, não cheguei logo à cama. Tremiam-me as pernas, o coração batia-me; cheguei a pensar na fuga; mas era confessar o crime, e, ao contrário, urgia fazer desaparecer os vestígios dele. Fui até a cama; vi o cadáver, com os olhos arregalados e a boca aberta, como deixando passar a eterna palavra dos séculos: "Caim, que fizeste de teu irmão?" Vi no pescoço o sinal das minhas unhas; abotoei alto a camisa e cheguei ao queixo a ponta do lençol. Em seguida, chamei um escravo, disse-lhe que o coronel amanhecera morto; mandei recado ao vigário e ao médico.

A primeira idéia foi retirar-me logo cedo, a pretexto de ter meu irmão doente, e, na verdade, recebera carta dele, alguns dias antes, dizendo-me que se sentia mal. Mas adverti que a retirada imediata poderia fazer despertar suspeitas, e fiquei. Eu mesmo amortalhei o cadáver, com o auxílio de um preto velho e míope. Não saí da sala mortuária; tinha medo de que descobrissem alguma cousa. Queria ver no rosto dos outros se desconfiavam; mas não ousava fitar ninguém. Tudo me dava impaciências: os passos de ladrão com que entravam na sala, os cochichos, as cerimônias e as rezas do vigário. Vindo a hora, fechei o caixão, com as mãos trêmulas, tão trêmulas que uma pessoa, que reparou nelas, disse a outra com piedade:

— Coitado do Procópio! apesar do que padeceu, está muito sentido.

Pareceu-me ironia; estava ansioso por ver tudo acabado. Saímos à rua. A passagem da meia escuridão da casa para a claridade da rua deu-me grande abalo; receei que fosse então impossível ocultar o crime. Meti os olhos no chão, e fui andando. Quando tudo acabou, respirei. Estava em paz com os homens. Não o estava com a consciência, e as primeiras noites foram naturalmente de desassossego e aflição. Não é preciso dizer que vim logo para o Rio de Janeiro, nem que vivi aqui aterrado, embora longe do crime; não ria, falava pouco, mal comia, tinha alucinações, pesadelos...

— Deixa lá o outro que morreu, diziam-me. Não é caso para tanta melancolia.

E eu aproveitava a ilusão, fazendo muitos elogios ao morto, chamando-lhe boa criatura, impertinente, é verdade, mas um coração de ouro. E elogiando, convencia-me também, ao menos por alguns instantes. Outro fenômeno interessante, e que talvez lhe possa aproveitar, é que, não sendo religioso, mandei dizer uma missa pelo eterno descanso do coronel, na igreja do Sacramento. Não fiz convites, não disse nada a ninguém; fui ouvi-la, sozinho, e estive de joelhos todo o tempo, persignando-me a miúdo. Dobrei a espórtula do padre, e distribuí esmolas à porta, tudo por intenção do finado. Não queria embair os homens; a prova é que fui só. Para completar este ponto, acrescentarei que nunca aludia ao coronel, que não dissesse: "Deus lhe fale n’alma!" E contava dele algumas anedotas alegres, rompantes engraçados...

Sete dias depois de chegar ao Rio de Janeiro, recebi a carta do vigário, que lhe mostrei, dizendo-me que fora achado o testamento do coronel, e que eu era o herdeiro universal. Imagine o meu pasmo. Pareceu-me que lia mal, fui a meu irmão, fui aos amigos; todos leram a mesma cousa. Estava escrito; era eu o herdeiro universal do coronel. Cheguei a supor que fosse uma cilada; mas adverti logo que havia outros meios de capturar-me, se o crime estivesse descoberto. Demais, eu conhecia a probidade do vigário, que não se prestaria a ser instrumento. Reli a carta, cinco, dez, muitas vezes; lá estava a notícia.

— Quanto tinha ele? perguntava-me meu irmão.

— Não sei, mas era rico.

— Realmente, provou que era teu amigo.

— Era... Era...

Assim por uma ironia da sorte, os bens do coronel vinham parar às minhas mãos. Cogitei em recusar a herança. Parecia-me odioso receber um vintém do tal espólio; era pior do que fazer-me esbirro alugado. Pensei nisso três dias, e esbarrava sempre na consideração de que a recusa podia fazer desconfiar alguma cousa. No fim dos três dias, assentei num meio-termo; receberia a herança e dá-la-ia toda, aos bocados e às escondidas. Não era só escrúpulo; era também o modo de resgatar o crime por um ato de virtude; pareceu-me que ficava assim de contas saldas.

Preparei-me e segui para a vila. Em caminho, à proporção que me ia aproximando, recordava o triste sucesso; as cercanias da vila tinham um aspecto de tragédia, e a sombra do coronel parecia-me surgir de cada lado. A imaginação ia reproduzindo as palavras, os gestos, toda a noite horrenda do crime...

Crime ou luta? Realmente, foi uma luta, em que eu, atacado, defendi-me, e na defesa... Foi uma luta desgraçada, uma fatalidade. Fixei-me nessa idéia. E balanceava os agravos, punha no ativo as pancadas, as injúrias... Não era culpa do coronel, bem o sabia, era da moléstia, que o tornava assim rabugento e até mau... Mas eu perdoava tudo, tudo... O pior foi a fatalidade daquela noite... Considerei também que o coronel não podia viver muito mais; estava por pouco; ele mesmo o sentia e dizia. Viveria quanto? Duas semanas, ou uma; pode ser até que menos. Já não era vida, era um molambo de vida, se isto mesmo se podia chamar ao padecer contínuo do pobre homem... E quem sabe mesmo se a luta e a morte não foram apenas coincidentes? Podia ser, era até o mais provável; não foi outra cousa. Fixei-me também nessa idéia...

Perto da vila apertou-se-me o coração, e quis recuar; mas dominei-me e fui. Receberam-me com parabéns. O vigário disse-me as disposições do testamento, os legados pios, e de caminho ia louvando a mansidão cristã e o zelo com que eu servira ao coronel, que, apesar de áspero e duro, soube ser grato.

— Sem dúvida, dizia eu olhando para outra parte.

Estava atordoado. Toda a gente me elogiava a dedicação e a paciência. As primeiras necessidades do inventário detiveram-me algum tempo na vila. Constituí advogado; as cousas correram placidamente. Durante esse tempo, falava muita vez do coronel. Vinham contar-me cousas dele, mas sem a moderação do padre; eu defendia-o, apontava algumas virtudes, era austero...

— Qual austero! Já morreu, acabou; mas era o diabo.

E referiam-me casos duros, ações perversas, algumas extraordinárias. Quer que lhe diga? Eu, a princípio, ia ouvindo cheio de curiosidade; depois, entrou-me no coração um singular prazer, que eu sinceramente buscava expelir. E defendia o coronel, explicava-o, atribuía alguma coisa às rivalidades locais; confessava, sim, que era um pouco violento... Um pouco? Era uma cobra assanhada, interrompia-me o barbeiro; e todos, o coletor, o boticário, o escrivão, todos diziam a mesma coisa; e vinham outras anedotas, vinha toda a vida do defunto. Os velhos lembravam-se das crueldades dele, em menino. E o prazer íntimo, calado, insidioso, crescia dentro de mim, espécie de tênia moral, que por mais que a arrancasse aos pedaços recompunha-se logo e ia ficando.

As obrigações do inventário distraíram-me; e por outro lado a opinião da vila era tão contrária ao coronel, que a vista dos lugares foi perdendo para mim a feição tenebrosa que a princípio achei neles. Entrando na posse da herança, converti-a em títulos e dinheiro. Eram então passados muitos meses, e a idéia de distribuí-la toda em esmolas e donativos pios não me dominou como da primeira vez; achei mesmo que era afetação. Restringi o plano primitivo: distribuí alguma cousa aos pobres, dei à matriz da vila uns paramentos novos, fiz uma esmola à Santa Casa da Misericórdia, etc.: ao todo trinta e dous contos. Mandei também levantar um túmulo ao coronel, todo de mármore, obra de um napolitano, que aqui esteve até 1866, e foi morrer, creio eu, no Paraguai.

Os anos foram andando, a memória tornou-se cinzenta e desmaiada. Penso às vezes no coronel, mas sem os terrores dos primeiros dias. Todos os médicos a quem contei as moléstias dele, foram acordes em que a morte era certa, e só se admiravam de ter resistido tanto tempo. Pode ser que eu, involuntariamente, exagerasse a descrição que então lhes fiz; mas a verdade é que ele devia morrer, ainda que não fosse aquela fatalidade...
Adeus, meu caro senhor. Se achar que esses apontamentos valem alguma coisa, pague-me também com um túmulo de mármore, ao qual dará por epitáfio esta emenda que faço aqui ao divino sermão da montanha: "Bem-aventurados os que possuem, porque eles serão consolados."


Texto por mim criado:

... “E referiam-me casos duros, ações perversas, algumas extraordinárias. Quer que lhe diga? Eu, a princípio, ia ouvindo” sem nenhuma atenção. A única coisa que me ocorria, era a lembrança de minhas mãos apertando o pescoço magro do coronel. E naquele instante, alguém relatou a existência de uma filha que o coronel teria tido fora do casamento.

Tal situação deixou-me intrigado e impaciente. Como poderia dormir em paz sabendo que, além de tê-lo assassinado, tirava também o direito de herança da menina bastarda. Talvez agora pudesse compreender melhor o porque de tanto rancor dentro daquele coração corroído pelo tempo e pela doença.

Se antes pensava em alguma forma de como desfazer-me da herança maldita, agora já deixara para trás tal pensamento. Por semanas a fio pus-me a procurar, incansavelmente, a pobre menina filha da empregada, que fora expulsa da fazenda grávida de sete meses. Rastreei diversas pessoas que a conheciam atrás de informações. Assim que a encontrasse pretendia entregar-lhe parte que sobrara do dinheiro e retornar a minha cidade de origem com a consciência, talvez um pouco, mais tranqüila.

No primeiro instante em que a vi de costas, em seu casebre a pendurar roupas, senti um misto de alegria e de alívio. Quando chamei seu nome, Angelina virou-se e o vento a balançar seus cabelos negros, provocara-me a sensação de que borboletas voavam dentro de minha barriga. Neste instante caí em desespero. Queria apenas entregar-lhe o que lhe era de direito, porém ao vê-la desejei nunca mais deixá-la. Jovem viúva que era, saudosa por amor, beijos e carícias tanto quanto eu, nos apaixonamos. Jamais imaginara que depois de tantos anos de penúria pudesse o destino ser tão bondoso. Além da herança o coronel deixou-me uma filha linda, de olhos negros como a noite, de pele clara e macia.

“Os anos foram andando, a memória tornou-se cinzenta e desmaiada. Penso às vezes no coronel, mas sem os terrores dos primeiros dias...mas a verdade é que ele devia morrer, ainda que não fosse aquela fatalidade...”

Nunca contei a Angelina toda a verdade. Saberá pelas letras que estampam este pedaço de papel. Espero que me compreenda e me perdoe. Afinal não fosse o acesso de raiva do coronel e meu descontrole, e desespero em busca da liberdade, jamais teríamos nos encontrado.

POR CLAUDIA SANTOS

NORBERTO BOBBIO DEFENSOR DA DEMOCRACIA E DOS DIREITOS HUMANOS

Por Claudia dos Santos


“Cultura é equilíbrio intelectual, reflexão crítica, sendo de discernimento, aborrecimento perante a qualquer simplificação, qualquer maniqueísmo, qualquer parcialidade”. Norberto Bobbio, em carta a G.Einaudi, julho de 1968.

Norberto Bobbio foi o filósofo da democracia e ferrenho combatente em favor aos direitos humanos. Considerado um dos mais importantes pensadores do século passado. Manteve intacta sua independência intelectual, mesmo sempre aberto ao diálogo com seus adversários. Exerceu importante papel de mediador, em nome da razão e da liberdade. Por meio de ensaios, colaborou com jornais e revistas.

Bobbio diz em sua autobiografia: “Fui educado a considerar todos os homens iguais e a pensar que não há diferença entre quem é culto e quem não é culto, entre quem é rico e quem não é rico”. Complementa: ”Recordei essa educação para um estilo de vida democrático, mas confesso ter-me sentido pouco à vontade diante do espetáculo das diferenças entre ricos e pobres, entre quem está por cima e quem está por baixo na escala social, enquanto o populismo fascista tinha em mira arregimentar os italianos dentro de uma organização social que cristalizasse as desigualdades”.

Filho de família tradicionalmente burguesa nasceu em Turim, em 18 de outubro de 1909. Em sua cidade natal, formou-se em Direito em 1931 e em Filosofia em 1933. Entre 1948 e 1972, foi professor de Filosofia do Direito, e de 1972 a 1979 professor de Filosofia Política.
Observador e analista independente, Bobbio julgava inibidora e desinteressante a acomodação de uma militância partidária.

Foi, por muitos, considerado a consciência democrática da política de seu país. A democracia para Bobbio era algo dinâmico, em constante transformação, como cita em O futuro da democracia.
Participou do movimento de resistência a Mussolini e ajudou a estruturar a política italiana do pós-guerra. Criando o Partito d´Azione, o partido da ação.

Bobbio aliou a reflexão acadêmica à ação política e deixou para o mundo vasta obra na qual reflete sobre temas atuais como democracia e direitos humanos.

Saber ouvir as lições dos clássicos da política é um dos mais preciosos ensinamentos que Bobbio nos deixou no campo da Teoria Política. Clássico para Bobbio é o autor que consegue ao mesmo tempo ser “intérprete autêntico de seu próprio tempo”, que é “sempre atual, de modo que cada época, ou mesmo cada geração, sinta a necessidade de relê-lo e, relendo-o, de reinterpreta-lo” e que tenha construído “teorias-modelo das quais nos servimos continuamente para compreender a realidade”.

Ao encerrar suas atividades docentes, o fez com uma citação de Max Weber: ”A cátedra universitária não é nem para os demagogos, nem para os profetas”.
Em 1984 foi declarado professor emérito da Universidade de Turim e nomeado senador vitalício da Itália pelo presidente Sandro Pertini. Morreu em janeiro de 2004, em sua terra natal, aos 94 anos.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Prêmio Acaert

Por Andressa Thayse Schulze


Terminam dia 31 deste mês, as inscrições para a sexta edição do Prêmio Acaert de rádio e televisão.Realizado há dez anos,desde a gestão de Marcello Petrelli, o evento é uma promoção da Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Tv,a Acaert, e tem como objetivo valorizar o trabalho de profissionais de jornalismo, publicidade e agências de propaganda.A entrega do prêmio acontecerá entre os dias 13 e 15 de agosto, durante o Congresso Catarinense de Rádio e televisão, no Costão do Santinho,em Florianópolis.


Os inscritos concorrerão nas categorias de peças e profissionais de rádio e tv e na de acadêmicos de comunicação.O prêmio acontece a cada dois anos e na edição passada, em 2006, o Instituto Bom Jesus/Ielusc trouxe para Joinville o único prêmio da cidade, o de instituição com o maior número de trabalhos inscritos. "Mais uma razão para nos orgulharmos do nosso curso",disse à Revi, revista eletrônica do Ielusc,o coordenador do curso de publicidade e propaganda Silnei Soares.


A novidade este ano são as etapas regionais,onde serão selecionados dois profissionais em cada categoria das regionais para participar da etapa estadual.Apenas três finalistas por categoria disputarão o troféu "Microfone de Ouro."Na edição anterior foram 554 trabalhos inscritos, e neste ano, a Acaert espera ultrapassar este número,alcançando um novo recorde de inscrições."Esperamos quebrar o recorde da edição passada,"disse o coordenador da assessoria de imprensa da Acaert,Marco Aurélio Gomes.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Do anonimato à fama



O escândalo envolvendo o astro do futebol Ronaldinho e três travestis ainda vem rendendo muita novidade para a imprensa. Depois de ser alvo de piadas e de ter sua sexualidade questionada, Ronaldinho esclareceu seu lado da história em uma entrevista ao Fantástico, exibida no dia 4 de maio, desmentindo o que os travestis falaram. Na mesma semana, os travestis envolvidos voltaram à delegacia para colocar um ponto final no caso, confirmando o relato do craque.
Apesar de toda confusão, o travesti pivô do escândalo, mais conhecida como Andréia Albertini, está tendo seus dias de glória. Além do seu cachê ter aumentado de R$100,00 para R$300,00 a hora, Andréia vai estrelar quatro filmes pornôs. Ainda pegando carona na polêmica, ela decidiu ir à Parada Gay fantasiada de Ronaldinha.
Fabiane Borges

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Comercialização de voto!

por Claudia Santos


"Ninguém consegue comprar o que não está a venda”, disse o Promotor de Justiça Pedro Roberto Decomain, no curso sobre legislação eleitoral realizado pelo Ministério Público Estadual, no Fórum de Joinville, no início do mês de maio. A frase dita pelo magistrado teve o objetivo de provocar os participantes a pensar por qual motivo a “mercadoria voto” é colocada a venda.
A grande maioria quando pensa em crimes eleitorais, lembra logo do candidato praticando a compra de voto. Não pretendo aqui, em momento algum, tapar o sol com a peneira. Mesmo porque isso seria impossível. Portanto vamos lá! Os métodos para “captação ilícita de sufrágio”, em português, compra de voto, são diversos: pagamentos de contas de luz, telefone, água, consultas e exames médicos, cesta básica, tubo, telha, são exemplos simples, e infelizmente comuns em todo o Brasil. Normalmente esta atitude antidemocrática do candidato é considerada desprezível, ou ao menos deveria. Pois, além da concorrência desleal, é também ilegal. Porém, é comum criticarmos tal atitude e não discutirmos sobre a gigantesca bola de neve que leva o catador de lixo reciclável optar por vender o voto, ao ter que vender o carrinho. Já que este último é seu método de trabalho. Pensar apenas na compra do voto, é administrar somente a metade do problema, disse Decomain. Difícil porém, é administrar a venda. Em ambos os casos, as conseqüências geradas na sociedade são gritantes. Vai desde ruas esburacadas à escolas sucateadas. Um outro exemplo pode ser o mesmo citado pelo Promotor durante o curso, o do catador que, “entra eleição, sai eleição lá continua ele, catando lixo”.
A legislação eleitoral brasileira estabelece como crime, tanto a compra quanto a venda de voto. O caso do catador de lixo é fato. Aconteceu em um município do Paraná, onde candidato e eleitor foram processados. O catador foi inocentado. O juiz considerou a atitude como furto famélico, cometido pela situação de miserabilidade com o único intuito de saciar a fome. Infelizmente para muitas pessoas o voto é considerado dispensável, por isso vendem, completou o promotor.
Condutas como abuso de poder econômico pelos candidatos, também foi tratado durante o curso. Promotores e juizes disseram condenar a pratica por promover concorrência desleal. “Uma campanha eleitoral feita com comerciais bem produzidos, tende a ter mais sucesso. O eleitor leigo não entende que o candidato com maior produção comercial, talvez não seja o melhor”, argumentou o promotor.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Caso WC


Andressa Thayse


O caso WC,noticiado pela Revi,revista eletrônica do Ielusc, já virou palco de debates, discussões e críticas sobre a ética no jornalismo e a omissão da fonte.Faz alguns dias que o Bom Jesus parou para acompanhar o desenrolar desta história.A balbúrdia é geral, e pelos corredores o assunto é sempre o mesmo:Caso WC.Até que ponto uma notícia é novidade e até que ponto passa a ser sensacionalismo?Neste caso, a novidade já passou há muito tempo, e o que ficou foram as especulações sobre a identidade deste indivíduo e o que fazer caso descubra-se quem roubou os livros da biblioteca.

Espera- se que a polêmica sobre este assunto acabe por estes dias, já que o coordenador do curso,Samuel Lima, já afirmou que não quer saber quem cometeu o delito.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

O jornalismo é feito de verdades...

Verdade

A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava só
trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar.
Cada um optou conforme seu capricho,
sua ilusão, sua miopia.

Carlos Drummond de Andrade



O jornalismo é a função mediadora do espaço público, é um veiculo de informações que visa o compromisso com a verdade. A verdade de um lado da notícia pode ser diferente da do outro, mas nem por isso deve ser omitida ou desconsiderada. Não é uma grande utopia pensar em um jornalismo sério, com honestidade e verdadeiro. É sua função informar corretamente, para que , a partir de suas idéias e fatos, a verdade única seja revelada a todos, em um processo de investigação, observação e bom senso.


Fabiane Borges

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Ética jornalística

Andressa Thayse

Ao ler uma vez um artigo de Sylvia Moretzhon,deparei me com uma parte em que a autora dizia que o importante nos dias de hoje,não é o fato de uma informação ser verídica,mas sim o de chegar a frente de todos os outros meios,veiculando notícias, informçãoes que muitas vezes são totalmente mentirosas e depreciativas.A ética do jornalismo, cada vez menos se faz presente entre os meios de comunicação e a necessidade de sobrepor-se aos demais tornou-se vício e um hábito de caráter nocivo à sociedade.
Li uma matéria hoje,que dizia que uma menina,menstruava e tinha uma série de convulsões por dia desde os 14 meses.Até a parte da menstruação não vi problemas maiores,mesmo não concordando com a maneira como exporam a menina, no entanto quando li que as convulsões eram "bizarras imitações de acessos de raiva e risos", me perguntei em que parte da faculdade me ensinaram que poderia um reporter ou qualquer jornalista qualificar ou caracterizar de maneira tão escabrosa uma pessoa?A notícia em nada se parecia com um artigo, nota ou crônica de algum jornalista para que tivesse opiniões.Ao contrário me pareceu mais uma história triste, sendo contada,narrada e esmiuçada por alguém que não tem mais o que fazer.

domingo, 11 de maio de 2008

Lobato intelectual e ao mesmo tempo racista.

José Bento Renato Monteiro Lobato, foi um dos mais influentes escritores brasileiros do século XX. Mais conhecido por suas obras infantis , mas também escreveu vários romances e contos para adultos.

Monteiro Lobato faz severas reflexões sobre a monocultura brasileira, presumia que o caboclo de mentalidade atrasada e traços caipiras eram predominantes do interior, e também presentes nas cidades grandes. Denominava este de uma velha praga, piolho da terra, ser parasita, alienado e inadaptável à civilização, mais precisamente, "funesto parasita da terra".

O presidente negro’ (livro realizado a partir da provável leitura de Gustave Le Bon Evolução da força e Evolução da matéria) foi publicado em 1926, em vinte partes, no jornal A Manhã. O livro não é apenas um choque de raças, mas mostra a simpatia que o escritor do Sitio do Pica-pau Amarelo tinha com a eugenia(teoria racista que pregava a pureza das raças). Eugenia era pregada pelos intelectuais brasileiros entre os anos 20 e 30. Eles tinham a convicção que o atraso do país provinha da mestiçagem. O racismo fica nítido até nas obras infantis de Lobato, Emília se refere a Tia Anastásia como – Nega beiçuda- e o tio Barbamé como grande mono(palavra que tem o sentido de macaco).

O escritos larga a idéia de eugenia quando Hitler pregou o extermínio da raça impura, prova disso que em “ A chave do tamanho”(1942) a mesma Emília racista dá um sermão em Hitler. No livro tudo teve início porque Dona Benta andava arrasada com os horrores da guerra e a sua tristeza entristecia o Sítio do Picapau, outrora tão alegre e feliz. E foi justamente por causa dessa tristeza que Emília planejou e realizou a mais tremenda aventura. Querendo acabar com a guerra, por um triz a boneca não acabou com a humanidade inteira.



”Toda obra deve gerar dúvidas...”

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Ciclone deixa milhares de pessoas ilhadas

Por Andressa Schulze
A passagem de um ciclone extratropical tem deixado em alerta todo o sul do país.Os meios de comunicação tem noticiado todos os dias, há mais de uma semana a informação de que o fenômeno da natureza atingiria Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul por estes dias.Infelizmente o ciclone chegou com força acima do esperado e deixou mais de dez mil pessoas ilhadas em cinco cidades de SC.As cidades de Timbé do Sul, Ermo, Jacinto Machado, Morro Grande, Praia Grande e São João do Sul registraram comunidades completamente ilhadas.O site Terra divulgou hoje,como manchete, uma matéria sobre o fenômeno, onde diz que o governador de SC Luiz Henrique da Silveira pretende sobrevoar o estado avaliando os prejuízos causados pelo ciclone.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Bob Dylan um homem de muitas mortes.


Dylan tem várias encarnações, ele é honesto ao dizer que não sabe quem é e está sempre em busca de uma identidade. Para ele entrar no palco é como um soldado em um campo de batalha, já morto. Se saísse vivo mentalmente ou fisicamente era lucro. Seu lema sempre foi nunca olhar para trás não queria ver pela estrada as peles que trocou. Nos anos 80 ele se controlava para não rir nos shows quando tinha que cantar seus primeiros sucessos. Aos 15 anos Robert Allen Zimmerman se mudou com sua família para uma casa ampla. O antigo dono deixou na sala uma vitrola e alguns discos antigos de música folclore americana. Bob ao colocar os discos para tocar morreu. Naquele instante sua família já não mais o reconhecia.Dylan com influência de Elvis Presley e Beatles também morreu, pois nasceu um Dylan revestido de idéias revolucionárias e começou a escrever canções de protesto. “Sim e quantas vezes um homem deve olhar pra cima. Antes de conseguir ver o céu? Sim e quantos ouvidos um homem deve ter. Pra poder conseguir ouvir as pessoas chorarem? Sim e quantas mortes serão necessárias até ele saber. Que pessoas demais morreram?A resposta, meu amigo, está voando no vento.A resposta está voando no vento..” (Música: Blowin’ In The Wind).Algumas encarnações de Dylan são simultâneas, outras duram horas e até meses. Autodidata sempre buscou criticar o capitalismo, só que esse Dylan também morre e foi a morte mais dolorida para seus fãs.Ele mudou-se para uma montanha e não queria mais saber de protestos só de paz. Alegou que o caos para explicar o caos não funciona. “É fácil viver no mundo conforme a opinião das pessoas. Mas o grande homem é aquele que mantém a independência da solidão” EmersonOs diversos Dylans surpreendiam por soarem como algo já mais visto. Mas todos os Dylans tinham só uma coisa em comum raízes nos poetas de rua. O nome Dylan foi criado em homenagem ao poeta galês Dylan Thomas. “Existem artistas que falam por sua geração”. Foi assim que Jack Nicholson apresentou Bob Dylan no Live Aid de 1985. Entrar no mundo de Dylan pode ser difícil: as letras são gigantescas, a voz anasalada não ajuda e até para quem fala inglês muito bem pode ser difícil de captar todas as imagens de suas letras. Mas quando você entra nesse planeta dificilmente sai. Essa canção é uma excelente porta de entrada para esse mundo: seja pela linha de órgão criada no improviso por Al Kooper (que sequer sabia tocar o instrumento), pela melodia forte que não cansa, apesar dos mais de seis minutos e pela interpretação carregada de Dylan contando a história da madame que vira mendiga. Hoje Bob Dylan realiza shows com bastante publico onde toca seus principais sucessos. Ele sem dúvida alguma revolucionou a arte de se compor canções, mostrando ao mundo os problemas sociais que ocorrem no dia a dia. A carreira de Bob Dylan é lendária e sua musica é imortal.
Janine Bastos

terça-feira, 29 de abril de 2008

Cartola


Sem pretensão alguma de vender seus sambas, por achar que era a mesma coisa que vender amor, saudade e a vida, Angenor de Oliveira conhecido como Cartola (1908-1980) deixou para o mundo suas preciosidades sem custo. Seus sambas mais conhecidos são: Divina Dama, O mundo é um moinho, As rosas não falam, Alvorada, O Sol Nascerá", tendo sido esta última regravada mais de 600 vezes.
Em outubro em comemoração ao centenário do sambista vai ser lançado um livro com 187 composições, incluindo 63 letras inéditas e 37 inacabadas. Cartola foi um dos fundadores da escola de Samba Mangueira. Embora não tivesse estudo e técnica musical o talento de Angenor espanta sambistas e produtores entre eles Nelson Motta. O sambista criava imagens poéticas fortes, originais. Infelizmente ele não sabia que podia ganhar a vida com esse dom. Morreu sendo lavador de carros da favela *Um gênio musical que não reconheceu seu próprio talento, mas deixou de herança para humanidade seus eternos clássicos.
Janine Bastos

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Do voto de cabresto ao dedinho no formol!

Por: Claudia dos Santos


Este ano acontecerá no País mais uma nova eleição. No dia 05 de outubro, prefeitos e vereadores serão escolhidos pelo povo, através do voto direto. A Justiça Eleitoral brasileira tem demonstrado não só pelos avanços tecnológicos, como também por outras ações, que o princípio moral as eleições é busca constante da instituição. Já no início da década de 30, o primeiro Código Eleitoral estabeleceu medidas para coibir os “vícios” dos pleitos. Alistamento, organização das mesas de votação, apuração dos votos, reconhecimento e proclamação dos eleitos, foram providências instituídas visando reduzir fraudes. Métodos como bolas de cera, urnas de madeira, de ferro ou lona, foram gradativamente superados pela informatização. Hoje, o processo eleitoral brasileiro é um dos mais avançados do mundo.

A novidade a ser implantada pela Justiça Eleitoral este ano, é o voto pela impressão digital. O município catarinense de São João Batista será uma das três cidades brasileiras a testar a urna com leitor biométrico. Athayde Fontoura, diretor-geral do TSE – Tribunal Superior Eleitoral – diz que este novo processo visa “excluir a possibilidade de uma pessoa votar por outra, o que hoje ainda existe”. Isto porque, atualmente para votar basta o eleitor apresentar o título, como o documento não dispõe de foto, qualquer cidadão pode apresentar-se com documento falso.

Nos períodos colonial e imperial, o voto por procuração foi responsável por freqüentes fraudes. Onde pela inexistência de título, o eleitor era identificado pelos integrantes da mesa ou por testemunhas. Situação que possibilitava a votação com nome de pessoas mortas, crianças ou mesmo moradores de outras cidades.

Na década de 30, o voto de cabresto servia como meio de legitimar as elites políticas no poder. O eleitor levava de casa para depositar na urna, um pedaço de papel com o nome do candidato escrito. E se fosse analfabeto, o que era comum na época, o próprio coronel, o fazia.

No dia em que ouvi o pronunciamento do diretor-geral do TSE, sobre a novidade eletrônica, lembrei que não raro nos deparamos com a frase que o Brasil é o “País do jeitinho pra tudo”. Confesso que me diverti imaginando qual seria o “jeitinho” a ser aplicado desta vez. E diante de um cérebro que borbulha até dormindo, diante de todo o imaginário que meus neurônios me permitem, visualizei uma quantidade razoável de cadáveres sendo enterrados sem o dedo polegar. Morreu, corta o dedinho que serve para identificar a impressão digital e mergulha no formol.

Claro que tudo isso não passa de imaginação, mas é só um humilde e inicial ensaio, de uma principiante no desejo de um dia tornar-se uma escritora. Apesar de não duvidar que com o título de “País do jeitinho pra tudo”, alguém não encontre um novo meio de tentar “enganar” a tecnologia. Mesmo porque as máquinas precisam de homens para ser acionadas. Nem sempre sou favorável ao “jeitinho pra tudo”, especialmente quando se trata de fraudes. Mas tenho que admitir que somos um povo dotado de uma imaginação bastante fértil. E do voto de cabresto ao, quem sabe, dedinho no formol, escreve-se mais um capítulo de nossa história eleitoral.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Ninguém merece!

Por Andressa Schulze

Anúncio: empresa sugere "estratégia" para mulher arrependida.Quem lê o título da matéria não imagina que o mesmo refere se a um comercial australiano,que induz as mulheres,arrependidas da aventura sexual da noite passada,a utilizarem um acessório que permita que as mesmas urinem em pé.Pois é,na síntese o comercial mostra uma mulher que,"após acordar e perceber que divide a cama com um homem, o observa e faz uma expressão de susto. A mulher levanta silenciosamente, vai ao banheiro e urina em pé, utilizando o aparelho.
Assustado ao vê-la de costas e em frente ao vaso sanitário, o homem foge, batendo a porta do quarto."Hilariante, se a matéria não tivesse sido veiculada na área de economia do site Terra.Sem cometários!

Ministro Gato Não acredito!

Ontem quarta-feira (23/04/08) ao abri o Jornal Gazeta de Joinville me segurei na cadeira para não cair. Vou expressar minha revolta. A coluna: Pela Janela - Notícias de A a Z sob a visão de Tusi. Trouxe a informação que mudou a minha vida e claro vai mudar a de todos os brasileiros...(jura!)
Tusi comenta sobre o ministro da educação : com o título: “MINISTRO GATO”, relatando que a Educação tem em seu mais alto cargo no país, o de ministro, o seu representante mais interessante. Ela pedi desculpa pois não vai comentar sobre a competência dele, mas só dá ênfase a sua aparência que julga ser de tirar o fôlego. Tusi faz resalta que ficar de olho na educação nunca foi tão gostoso.
Bem, vou queres saber se o ministro é feio ou lindo?
Ele não está no poder como adorno e sim para desenvolver sua profissão. Espero que desenvolva com esmero e dedicação levando em conta a grande responsabilidade de ser a voz de uma nação. Néh! Senhor ministro Fernando Haddad, não precisamos de rostinho bonito no poder e sim pessoas de caráter.
Janine Bastos

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Imprensa faz festa sobre o caso Isabella Nardoni


Há quase um mês acompanhamos diariamente o desdobramento do caso da morte de Isabella Oliveira Nardoni, 5 anos. A menina brutalmente jogada do terceiro andar do prédio do pai Alexandre Nardoni e da madrasta, Anna Carolina Jatobá, vem sendo a noticia mais veiculada na imprensa brasileira. O episódio está comovendo toda nação, não só pela crueldade em que Isabella foi morta, mas também por colocar o pai e a madrasta da menina como principais suspeitos do crime.
De acordo com o casal, o pai entrou sozinho com a menina dormindo no apartamento na noite do crime, a colocou sobre a cama, trancou a porta e voltou para a garagem a fim de ajudar a mulher com os outros dois filhos que também estavam dormindo. Quando voltaram ao apartamento a porta estava aberta, a menina não se encontrava no quarto, a grade da janela dos meninos estava cortada e Isabella caída no jardim do prédio.
Apesar de serem apenas suspeitos, os dois já foram julgados e condenados pela imprensa, e conseqüentemente pela população a partir do momento que uma série de indícios entraram em conflito com a versão do casal. O sangue encontrado no carro e apartamento de Alexandre e Anna Carolina, a possível morte por asfixia, o depoimento do vizinho que diz ter ouvido a menina gritar: “Pára pai! Pára pai!”. Tudo isso levou uma delegada que acompanha a investigação a chamar o pai de Isabella de assassino na saída do seu depoimento, e aí a imprensa fez a festa.
Todos esses indícios podem fazer com que a população desconfie da versão contada pelo casal, mas não pode fazer com que a imprensa os tratem como culpados ou usem da crueldade do crime para vender notícias que mexam com o emocional da sociedade. O Diário de São Paulo destruiu a reputação e condenou definitivamente Alexandre Nardoni, com a manchete em letras garrafais: “Pára pai! Pára pai!”. A noticia veiculada no dia primeiro de abril, publicou o depoimento do vizinho que havia ouvido Isabella gritar, porém o fez de maneira errada e antiética, despertando propositalmente um sentimento de raiva e indignação por parte da sociedade contra o pai e a madrasta da menina. O jornal sabia da gravidade do que estava sendo noticiado, da inconformidade que provocaria na população, e, acima de tudo, sabia que venderia. E é a partir do único objetivo de vender que muitos outros jornais vem expondo a vida particular da mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, provocando não só a angústia dos que acompanham o caso, mas também o desejo de saber mais e de ter mais informações que possam levar ao assassino.
A maquiagem do sensacionalismo está em notícias como: “O triste aniversário de Ana Carolina”, ou “ Por que nos comovemos tanto com a morte de Isabella?”. São notícias extremamente apelativas e emocionais, que vendem porque nos comovemos com a crueldade do crime contra alguém tão inocente. Não é errado se emocionar e querer justiça, o errado é a mídia usar o sofrimento de uma família como um produto de um grande supermercado.



Fabiane Borges

domingo, 20 de abril de 2008

O Brasil é feito de “Severinos”

Não podemos ter a utopia de achar que o Brasil é feito de intelectuais, mas de boçalidade, estupidez , egoísmo, da triste miséria mental e física dos Severinos...
...dessas e tantas coisas que atrapalham nosso país.
Que passou da era da barbárie para a decadência. Janine


... a morte de que se morre
de velhice antes do trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doençaé que a morte severinaataca em qualquer idade,e até gente não nascida).

Severino retirante, deixe agora que lhe diga:
eu não sei bem a respostada pergunta que fazia,
se não vale mais saltar fora da ponte e da vida;
nem conheço essa resposta, se quer mesmo que lhe diga...
... e quando ponte não há? quando os vazios da fome não se tem com que cruzar?
quando esses rios sem água são grandes braços de mar?
... em que nos faz diferença que como frieira se alastrou
como rio na cheia, se acabamos naufrados num braço do mar da miséria?














Trechos do poema Morte e Vida Severina, João Cabral de Melo Neto,

Conto: Naquele ano de 1943



Numa manhã fria de Abril de 1943 a sirene tocou. Carlos não queria acordar, pois naquela noite havia sonhado com sua amada. Pelo menos em sonho estava com ela.

O ruído da batalha fazia-se ouvir por toda a parte. Parecia que até os canhões e as bombas gritavam em prantos, lamentando tanta barbaridade intensa e contínua. Mas naqueles dias de Abril perto de Rostov, no Sul da Rússia, Carlos só pensava em seu filho Juan que ainda não teve a chance de ver. Quando se despediu da sua jovem esposa ele estava em seu ventre.

O soldado Carlos, era como a guarnição o chama, vive atormentado com as lembranças de tantos mortos por uma guerra que cada vez mais perdia a verdadeira razão. Razão, essa era a palavra que ele não entendia. Com apenas 28 anos e uma vida promissora pela frente e agora não sabia nem se ia ver pôr do sol daquele dia. Não queria chorar, tentava ser forte, mas as lágrimas teimavam em descer de seus olhos, molhava a farta que o fazia sentir tão vazio e sem valor.

A farda, nem parecia uniforme e sim uma mortalha que os soldados levavam esburacadas para a cova.Mais um dia com mortes, feridos e poucos vivos, vivos fisicamente, porque a guerra já havia matado os espíritos de todos.

Nas noites frias reuniam-se ao redor da fogueira. Está noite era a vez de Carlos vigiar o alojamento. Num ombro uma metralhadora e na mão uma foto de sua amada Ana. Ela tinha os olhos pretos, pele clara e um sorriso meigo. Seu rosto vinha todo instante em sua mente.

O primeiro filho veio para selar a união de amor. Sentou, atrás de uma árvore e começou a escrever uma carta de despedida. Atreveu a dizer o que pensava no futuro, mas que provavelmente aquele seria o último contato.

E na última frase disse: Não te esqueças de mim, amei-te por um ano e levarei a tua imagem até o meu último suspiro.

Ali, naquele ano de 1943, não se combatia, morria.


Texto: Janine Bastos

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Resenha do artigo: O Sangue Azul,a deontologia e o direito à informação-Eugênio Bucci

Ética ou etiqueta? Às vezes, o debate em torno do comportamento da imprensa parece um ritual ou um receituário de boas maneiras.Bucci enfatiza a época da corte e seus bons costumes, babados, guardanapos e pompons que simboliza um jornalismo baseado em etiquetas e não ética. Basta que não falemos palavrões, que os profissionais se comportem como damas e cavalheiros e que utilizem trajes adequados e que os assuntos não sejam vulgares. É nesse resultado que chega a discussão sobre ética que na verdade nesses termos é uma etiqueta.Etiqueta é uma pequena ética pela qual se estrutura a gramática dos cerimoniais, ela cria um balé de sorrisos vazios e falsos. A imprensa é fruto das revoluções que forjaram a democracia moderna. Hoje quando se cobram bons modos dos jornalistas, é necessário separar o que é etiqueta do que é ética. Pois a etiqueta só visa a aparência. Deve exigir que os jornalistas ajam com responsabilidade social e com consciência, que não abusem do poder de que são investidos.A etiqueta cala e a ética questiona é nessa lógica que a ética é instigante, pois a comunicação é um campo de eternos conflitos.O maior conflito é que como a imprensa pode fiscalizar o poder se ela se tornou um negócio transnacional? É com essa interrogação que me pergunto: Como haverá ética no capital?Há diversas correntes filosóficas que tratam da ética, mas todas precisam ter como base a racionalidade, a liberdade e a responsabilidade do sujeito, de forma que suas palavras e suas ações possam ser medidas por ele e compreendidas e aceitas como válidas por aqueles que o cercam. Cada um, agindo eticamente, constrói o próprio caráter em direção à virtude; no mesmo movimento, constrói o bem comum tal como ele é entendido em sua comunidade. A ética não se esgota numa tabua de mandamentos, trata-se de não se acomodar com os costumes, mas sim dialogar com eles, procurando caminhos para elevá-los.

Janine Bastos

Análise do jornal "O CORREIO DO POVO"

Jornal tem o público alvo classe: C e D. devido ao preço e linguagem de fácil acesso.
Região de Jaraguá do Sul e Vale do Itapocu.
Editoriais: Pag 02A - OPINIÃO – Editorial, Do leitor, Charge, Ponto de vista
Pag 03 - POLÍTICA - Celso Machado * Retranca
Pag 04A - POLÍTICA - Arquivando relatório da merenda, Algumas das irregularidades apontadas
Pag 05A - GERAL - Cheiro de chocolate no ar
Pag 06 – GERAL- Professores ameaçam parar
Pag 07A - POLÍCIA - Sem data para o quartel funcionar, Agressão à mulher, tráfico, jogos de azar e moeda falsa
Pag 08A - VALE DO ITAPOCU - Família procura ossada roubada, Três novas salas de aula, Bombeiros em alerta, Terceira idade, Quartel sem previsão
Pag 09 – VARIEDADES - Regiane Alves volta com tudo
Pag 10A - VARIEDADES – Crônica, Cinema, Novelas, Livro, DVD
Pag 11A - VARIEDADES - Mundo Artístico, Aniversários, Sudoku, Clic do leitor, Previsão do tempo, Divirta-se, Horóscopo
Pag 12A - ÁREA VIP - Richard Prada
Pag 13A - VARIEDADES - Delícia fácil de preparar
Pag 14A - VITRINE - Quatro coisas que você precisa saber hoje, Falecimentos, Cultura, Loteria
Pag 15A - COMUNIDADE - Mudanças ainda geram dúvidas
Pag 16A - SOCIAL- MOA GONÇALVES
Pag 17A - ECONOMIA - Júlio da Silva, Desmatamento e incentivos
Pag 18A - SANTA CATARINA - Acidente aéreo será investigado, Paulo Alceu
Pag 19A - NACIONAL - Governo cria novas regras, Número de vereadores pode ser elevado
Pag 20A - INTERNACIONAL - Israel retira tropas de Gaza, Forças sauditas detêm terroristas
Pag 21A - ESPORTE - Tempo de reflexão no João Macatto, Julimar Pivatto
Pag 22A - ESPORTE - Malwee sofre, mas vence na estréia, Quatro vitórias jaraguaenses na abertura da Taça Pomerode
Pag 23A - ESPORTE- Ministério rebate denúncia, Jogos pelo Brasil
Pag 24A - CONTRA-CAPA - Centenário de cores e beleza
Tiragem: 5.853
Formas utilizadas: tem 3 páginas com crônicas, 3 de moda e área social, 1 de culinária e 3 de esportes, 1 sobre plantas . 1 de notícias estadual, 1 de notícias internacional, 1de notícias nacionalImpressões gerais: é um jornal popular mais que abrange várias matérias estadual, nacional , internacional além da regional.
As publicidades não poluem as páginas e nem prejudicam o texto. A linguagem é culta.
Janine

Sessões da Câmara de Vereadores não resolvem nada


"Essa sessão é um palanque. Os vereadores e representantes da sociedade têm a voz, mas nada é feito", lamenta o vereador Adilson Mariano. 38 anos, do PT, criticando a sessão itinerante da câmara de vereadores realizada no bairro Jarivatuba nessa terça-feira.
No ano eleitoral a iniciativa passa a ter destaque: estavam presentes 12 vereadores e o deputado estadual Darci de Mattos (DEM).A reunião foi aberta às 19h pela vereadora Dalila Leal. 59 anos, do PSL, e pela secretária Carmelina Barjona. 56 anos. do PP.
A Comunidade fez reivindicações e apelos nas áreas de: segurança, educação, saúde e infra-estrutura.O presidente do Conselho Local de Saúde Nelson de Souza, alegou que o posto que atende a região precisa ser ampliado. "São 30 mil famílias cadastradas. Precisamos da ampliação da sala de prontuários", reclamou.
A diretora da escola, Carmem Célia Batista entregou um ofício ao presidente da câmara Fabio Dalonso. 35 anos, do PSDB, solicitando policiamento na entrada e saída das aulas para a segurança dos alunos.
"Ocorrem muitas brigas, principalmente a noite", justificou, Sérgio Luiz Vicente, representando os moradores da Rua Jarivatuba, (Chaminé) pediu o asfaltamento da via. "Estamos insatisfeitos com a lama e o pó não são asfaltadas 73% das ruas na região", destacou. Precisamos garantir a seguranças dos alunos e dos professores" alegou a diretora.Ademir Machado, secretário da regional disse que a secretaria atende os bairros Jarivatuba, Adhemar Garcia, Fátima e João Costa então pediu a compreensão de todos, lembrando que estão previstas várias obras de em breve o bairro Jarivatuba vai ganhar uma escola.Na sessão cada partido foi representado por um vereador. não ocorreu réplica. "É como se a população acreditasse que tudo que ela solicita nós iremos resolver. Eles não entendem a função do vereador. Asfalto, construção não é papel do poder legislativo", argumenta o vereador Sargento Eduardo. 39 anos (DEM). Carmelina Barjona. 56 anos (PP) disse que, "Precisamos de mais segurança no trânsito e devem ser treinados alunos-guias", solicitando para a diretora presente.
O auditório da Escola Municipal João de Oliveira do bairro Jarivatuba estava lotado. Com cerca de 80 moradores, pois o bairro não dispõe de um espaço para a Associação de moradores. O objetivo da sessão é ouvir a comunidade. "Vocês não podem esperar que a câmara vá até vocês. Mas também devem ir a nossa casa para cobrar seus direitos". comenta a vereadora Tânia Eberhardt. 56 anos. do PMDB.
As sessões tem duração de uma hora podendo ser prolongada conforme os pedidos da comunidade. A próxima sessão itinerante será realizada no bairro Itaum no dia 29 de abril.

Epidemia do caso Isabella Nardoni




Ao abrir o site do Terra todos os dias, nos últimos dias,a primeira impressão que se tem é de que todos os fatos ocorridos no Brasil e no mundo nas últimas duas semanas fora aniquiladas ou simplismente esquecidas.

Matérias de capa,de várias colunas e líder na quantidade de notícias produzidas, o caso da menina Isabella Nardoni, morta após cair do 6º andar de um prédio em SP tem sido o centro das atenções da maioria dos jornais do país.

A falta de informações sobre a dengue, por exemplo ,já matou 67 pessoas só no estado do Rio de Janeiro,e continuará infectando centenas de outras pessoas nos próximos dias se medidas não forem tomadas.

O crime cometido contra uma menina de 5 anos é algo que chocou a todos, mas deixar que um crime isolado prevaleça sobre uma epidemia que já matou inúmeras crianças é colaborar para que muitas outras mortes ainda aconteçam.


Foto: da site terra.

Curso anti-sequestro

Por Fabiane Borges

Em grandes centros urbanos do Brasil, o sequestro-relâmpago vem se tornando um crime muito comum entre os margianais. As vítimas são sequestradas, roubadas e mantidas por algum tempo sob o controle dos bandidos, tempo necessário para que façam saques e compras utilizando seus cartões de crédito. As formas de abordagens são diversas, podem acontecer quando se está entrando no veículo estacionado em via pública, parado em algum cruzamento, se preparando para estacionar na garagem de casa, tudo em locais pouco movimentados e mais frequentemente durante a noite.Estamos acostumados a ler muitas noticias sobre sequestros-relâmpagos e diferentes formas de evita-los, mas hoje, (30/03/08), o site Terra notíciou a existência de curso anti-sequestro, que está acontecendo em São Paulo. O curso ministrado por um ex-integrante do exército israelense vem sendo acompanhado por empresários, profissionais liberais e comissários de bordo. Segundo o professor do curso, Daniel David Horsky, o curso é baseado no ‘krav mag’ que trabalha em imobilizações táticas. “Não é uma arte marcial, mas sim uma arte de combate, desenvolvida pelo exército de Israel”. A técnica é utilizada para impedir que o ataque atinja o alvo, aumentando a força dos movimentos do contra-ataque. Os golpes ensinados no curso procuram atingir pontos sensíveis do corpo, que na teoria, “iguala adversários, mesmo de forças diferentes”. O curso é voltado também para uma preparação psicolólogica de como lidar com o agressor, e de cuidados básicos para evitar ser vítima desse tipo de crime.Embora a técnica de defesa utilizada no curso seja importante, é mais válido não reagir a um assalto ou sequestro-relâmpago, é sempre bom evitar do que tentar controlar a situação, já que a vítima sempre estará em desvantagem.

EMAGREÇA ORANDO


Por Claudia Santos


Não cabe agora explicar porque, mas se há algo nesta vida que acredito, é na existência de Deus e de Jesus Cristo, como Seres Divinos. Apesar de ser católica de batismo, desenvolvi minha admiração por Cristo fora da Igreja. Diversidades de pensamentos são necessárias e devem ser respeitadas. Afinal a manutenção da Democracia se faz por discussões – no bom sentido – balanços e equilíbrios entre direitos e deveres. Mas se as histórias narradas na Bíblia, sobre Jesus não são verdadeiras, temos de convir que quem as escreveu, tem uma imaginação bastante fértil e merece o prêmio Nobel de literatura. Há quem diga que religião, política e futebol não se discutem. Nesse contexto, cito o clichê “gosto é gosto, não se discute, se lamenta e se critica”.Porém, são discutíveis as estratégias de marketing utilizadas pelas diversas religiões na constante batalha em aumentar o número de fiéis, e é claro, o valor disponível nas contas bancárias. Perdoem-me os que fazem um trabalho sério, mas não posso deixar “passar batido” a imagem que me veio agora, o bispo Edir Macedo, acompanhado de sua esposa, curtindo o sol e as maravilhas de Miami, com o suado dinheirinho dos fiéis.Minha vó diz que casamentos acontecem por reflexo da “cama” ou da “cozinha”. Por livre e espontânea vontade, eu acrescento da “conta bancaria” também. Cada um usa as armas que têm. Na religião a arma é a “pregação”, e o foco são as fraquezas e necessidades humanas, vícios com bebidas e jogos, drogas, doenças, desemprego, problemas familiares, dívidas, depressão, prostituição, possessões demoníacas ou feitiços, etc. A versão mais recente de promessa é a “Lipoaspiração Divina”.O site terra.com.br apresentou hoje (27/03/08), uma matéria contendo mais um alvo de estratégia de marketing. O pastor Ubiraci Xavier, da Igreja Evangélica Ministério Brilho do Sol, de Caxias, no Rio de Janeiro, na louca corrida em ampliar o número de fiéis, mexeu em um ponto fraco de muitas pessoas – em especial das mulheres – a obesidade. Panfletos com a promessa de emagrecimento rápido sem cirurgias ou dietas, apenas através da oração, são distribuídos por congregados nas ruas e nos cultos.O marketing religioso da “cura”, presente nas mídias, seja em jornais, revistas, ou gravadoras próprias das entidades, aliados a infalível combinação do “boca-a-boca” entre os fiéis, e um rígido controle de metas, são responsáveis pelo fenômeno que atinge o número de 48 milhões de brasileiros.Não vim discutir, segmento religioso. Que entidades precisam de doações para sobreviver e desenvolver trabalhos, e que possuem um papel importantíssimo na sociedade, bem sei. Lamento apenas que uma parcela significativa da população na realidade de suas mazelas, no desespero de sanar seus problemas, na ânsia de ver perdoado seus pecados e de adentrar “com facilidade” no mundo da salvação, acabem dando em troca o pouco que ainda tem. Talvez nesta situação, nem fosse tão difícil para alguns fieis perderem 5 kg em uma semana. Doando o pouco que tem - quando não o que tem pronto sobre o prato – sobra praticamente nada. Devo concordar aqui que a oração alimenta o espírito, fazendo o corpo se sentir leve. Passando fome uma semana, é bem provável que além das crises de dores de cabeça, náuseas e outros sintomas, o literalmente, pobre fiel, emagrecerá. Afinal, gordura, não é sinônimo nem de riqueza, nem de saúde.Já a Fé, não se compra, se adquiri com a prática de bons pensamentos, de boas ações, com a transmissão e a captação de boas energias. Fé não se vende em pacotinhos. Fé se desenvolve no dia-a-dia, independente de crença religiosa. A obesidade independe de sexo, religião, idade, cor, nível social ou escolar. Inúmeros são os problemas causados por ela, e as conseqüências podem ser físicas e psicológicas. Utilizar-se de um problema que afeta muitas vezes a auto-estima do ser humano, é focar o marketing no sentimento pessoal, é golpear baixo e “mexer na ferida”, daí poucos não cedem.A Constituição Brasileira garante no art.5o, inciso VI, a liberdade de crenças e o livre exercício de cultos religiosos. Separando o joio do trigo, perdoem-me novamente - os que o fazem não só por amor a Cristo, mas também e principalmente ao próximo, como pede a Bíblia – mas o Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa diz que é charlatão “quem explora a credulidade alheia ou quem se faz passar por médico”.No caso da “lipoaspiração divina”, que promete ao fiel emagrecer até 5kg em uma semana apenas pela força da fé e da oração é um apelo que merece dura criticas não só de médicos endocrinologistas e nutricionistas, como de toda a sociedade, mesmo de religiosos.

Hierarquização do site Terra

Fiocruz: epidemia de dengue pode durar até o fim do ano. Nasce o primeiro neto de Zico no Rio de Janeiro. Bovespa segue Ásia e Europa e fecha em alta. Após cirurgia, Diego Hypólito deixa hospital. Ao vivo: Marcelo diz que Gyselle foi fria para chegar à final do BBB 8. Essas foram as manchetes observadas no dia 25 de março, na página principal do site Terra.As matérias seguem uma hierarquia sugerida, já que o usuário pode, através do texto fundamental, chegar à outros, por meio de links interligados que fazem conexões entre os assuntos principais e secundários. Assim como, fotografias, pequenos textos, publicidade de produtos, entre outros, que abrem caminho para matérias associadas ou informações complementares.A hierarquização dos conteúdos disponibilizados no site, nas colunas de sentido horizontal ou vertical, na totalidade da tela, todas as informações conectadas entre seções, fazem com que o usuário não seja somente um leitor passivo, mas um leitor que busca novas informações e a aprimoração de seus conhecimentos, e tudo isso graças ao webjornalismo!

Propagar informações independente da veracidade, é alma do negócio

“Antes de tudo, o que importa é chegar na frente do concorrente, e alimentar o sistema com dados novos.Os meios de comunicação, segundo a jornalista Sylvia Moretzohn preocupam-se cada vez mais em propagar informações na mídia,independente da veracidade do fatos.As mudanças estruturais que as mídias vem atravessando em todo mundo são características fundamentais para o bom entendimento de o porquê meios de comunicação como o Terra,por exemplo, ter se transformado em um simples meio de propagação de notícias,importando-se apenas com a velocidade com que as mesmas são transmitidas aos leitores.Sites como o próprio Terra divulgam inúmeras notícias em questão de segundos,muitas delas falsas ou mal apuradas.A pressa em sair na frente e divulgar a informação na mída antes que outro meio o faça,tem sido prática constante e a quantidade de informações errôneas tem triplicado nos últimos anos.O problema é que estas mídias ao perceberem o erro, simplismente reescrevem as matérias, esquecendo que antes disto milhares de pessoas no mundo já absorveram estas informações” resultando muitas vezes em consequências catastróficas.”Infelizmente este problema nunca terá fim,uma vez que a sociedade em sua maioria acredita cegamente no que a mídia diz e esvreve.

Mãos Dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.Também não cantarei o mundo futuro.Estou preso à vida e olho meus companheiros.Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.Entre eles, considero a enorme realidade.O presente é tão grande, não nos afastemos.Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,a vida presente.

Carlos Drummond de Andrade