quinta-feira, 19 de junho de 2008

IMPRENSA PRESENTE EM JOINVILLE DESDE 1852

Por Claudia Santos


Em novembro de 1852, começou a circular em Joinville, vinte meses após a chegada dos primeiros imigrantes, o “Der Beobachter am Mathiasstrom” (O observador às Margens do Rio Mathias). O jornal, que marcou o início da imprensa na maior cidade de Santa Catarina, era manuscrito em letras góticas, com artigos de interesse geral, dicas, críticas e piadas. O tom irônico era característica de muitos jornais da época.

O alemão era o idioma que predominava os cerca de 25 jornais. Poucos resistiram as pressões políticas. A historiadora Elly Herkenhoff, no livro “A História da Imprensa em Joinville”, descreve um perfil dos jornais que circularam na Colônia Dona Francisca até o início do século 20.
O primeiro jornalista de Joinville foi Karl Konstantin Knüppel, um imigrante que redigia de próprio punho os 50 exemplares do "Der Beobachter am Mathiasstrom", que era vendido a 120 réis cada.

O "Observador" circulou 1853 e serviu de inspiração para inúmeros outros títulos. O "Kolonie-Zeitung" ("Jornal da Colônia"), idealizado por Ottokar Doerffel, foi talvez a principal referência da história oficial da imprensa de Joinville, sendo veiculado de 1863 até 1917. Ano em que foi proibida a publicação de jornais em alemão. Um ano depois retornava escrito em português com o nome “Actualidade”.

Jornais como o "A Gazeta de Joinville", "O Globo", "O Democrata", "A União", "Balão Correio", "Neu Kolonie-Zeitung" ("Novo Jornal da Colônia", depois alterado para "Reform"), "Folha Livre", "Sul", "Volkstaat" ("Estado do Povo", "Joinvilenser Zeitung" ("Jornal Joinvilense"), "Sonn Tagsblatt" ("Folha Domingueira"), "Commércio de Joinville", "Jornal do Povo", "Jornal Evangélico", "Harmonia", "Revista do Estado", "Gazeta do Commércio", "A Comarca", "Actualidade" , "Correio do Norte", "Correio do Povo", "Jornal de Joinville", "O Município", "O Cinematógrapho", "Jaraguá-Zeitung" e o "Clarim", tiveram sua inspiração no "Observador", todos praticamente desapareceram até 1919.

Inácio Bastos e Crispim Mira marcaram a historia da imprensa em Joinville. O último, polêmico para época, morreu assassinado em Florianópolis na década de 20.

Em 1923, o jornal A Notícia foi fundado por Aurino Soares, tendo como redator Crispim Mira. Ao lado do “Jornal de Joinville”, veiculo comandado por Assis Chateaubriand, o A Notícia foi durante certo tempo o único veiculo de circulação diária na cidade.

Na década de 70, até metade dos anos 80, o semanário "Extra", circulava pela cidade. Jornal criado como veículo de motivação político-partidária para ocupar espaço na opinião pública. Encerrou suas atividades quando tentou tornar-se diário e mudar a linha editorial.

O jornal A Notícia foi o responsável em impulsionar o jornalismo no Norte Catarinense. Na década de 80 passou do processo de linotipia para o offset marcando uma nova era no jornalismo impresso. Atualmente a cidade conta com outros títulos diários como: Gazeta de Joinville e Jornal O Dia.

Embora tenha influenciado a Colônia Dona Francisca desde a década de 20, é em 1941 que o rádio chega a cidade. Neste ano foi criada pelas mãos de Wolfgang Brosig, a Rádio Difusora. Sexagenária, a emissora retomaria no final dos anos 90 o perfil traçado por seu fundador. A mais recente é a Rádio Educativa, em 1999, após muitos anos de expectativa. A Atlântida, que pertence ao grupo RBS, entrou no ar após a compra de uma emissora pertencente a uma igreja. Neste ano de 2008 a Transamérica de Joinville foi incorporada pela Jovem Pan, depois de uma negociação feita pela coordenação da Transamérica em São Paulo.

A primeira emissora de televisão só chegou a Joinville em 1979, com a TV Santa Catarina. Empreendimento local, que mais tarde foi adquirido pela RBS. A segunda geradora, ligada ao Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), só surgiu em 2000. Um ano antes, entrou no ar o primeiro canal de TV a cabo (TV Cidade).

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