quarta-feira, 18 de junho de 2008

A Ética é única!

por Claudia Santos


Antes de falar em “ética jornalística”, é preciso resumidamente compreender o significado da palavra Ética. Originada do grego ethos significa: modo de ser, caráter. No latim mos ou mores (no plural), significa Moral. Filosoficamente a Ética estabelece deveres na relação indivíduo-sociedade. No olhar filosófico a Ética é o que é bom para o indivíduo e para a sociedade. A Moral é o conjunto de normas, princípios e costumes que regram a conduta do indivíduo em seu grupo social. Uma linha tênue separa Ética e Moral. Enquanto a primeira é teoria, a segunda é pratica. Ética também não pode ser confundida com lei. Embora muitas leis sejam baseadas em princípios éticos.

Muitas profissões possuem um código de ética. O que significa um conjunto de normas e condutas a serem seguidas. Neste caso, passa a ter força de lei, exercendo influência relativa à conduta profissional, que se descumpridas podem gerar sanções.
“A Ética Jornalística é o conjunto de normas e procedimentos éticos que regem a atividade do jornalismo”.

Achar que a medida da ética jornalística passa apenas em informar com isenção; narrar o fato mais próximo possível da verdade; ouvir todas as fontes envolvidas; e etc; é uma visão ingênua e singela do “mundo” de que trazemos de subjetividades e do que “mundo” de imparcialidade que buscamos (ou ao menos deveríamos) na apuração, produção e publicação dos fatos.

Por outro lado achar que o jornalista deve ser “seco”, despido de opiniões é um tanto quanto irreal. É pensar ao avesso do que devemos ser verdadeiramente. A questão e separar pré-conceitos, conceitos, interesses pessoais de interesses sociais, verdade e mentira.

Afinal, a informação (produto principal do jornalista), é em tese um direito de toda a sociedade. Freqüentemente, muitos jornalistas trafegam no fogo cruzado do “interesse da empresa e do interesse da imprensa”. Enquanto a primeira preza pela qualidade na informação, a segunda visa lucro, o que deveria ser por conseqüência, não por razão. Este é o ponto onde surgem os dilemas éticos.

Entender a ética jornalística é antes de tudo entender que não existe meio-ética, assim como não existe “meia-gravidez”, diz cotidianamente meu professor e coordenador do curso de Jornalismo Dr. Samuel Lima. Portanto, a ética é única.

A linha estreita que separa o jornalismo marrom, do jornalismo comprometido com os interesses públicos, é exatamente a conduta individual de cada um de nós, o que nos “fere” como cidadãos, também deve nos ferir como estudantes ou já diplomados em jornalismo.

Se a ética é anterior ao jornalismo, não foi por este criada, significa por tanto, que a ética jornalística é a ética cidadã.

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